terça-feira, 10 de março de 2015

NOS CAMINHOS DO BOI, OS RASTROS DO PROGRESSO

Carlos Viacava, criador de Nelore Mocho e agricultor,foi Presidente da ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil), responde o artigo de Washington Novaes na seção “Opinião” do Estadão de 27/2


Lendo o artigo de autoria de Washington Novaes, publicado na sexta-feira, dia 27 de fevereiro ocorreu-me destacar os progressos da pecuária brasileira nas últimas décadas. Na verdade, o articulista baseia-se numa realidade de meio século atrás.

O melhoramento genético ocorrido nas últimas décadas, associado às melhorias do manejo desenvolvidas pela Embrapa, incluindo-se aí a Integração Lavoura Pecuária, tem permitido um avanço acentuado no desfrute do rebanho bovino brasileiro, que se pode resumir na seguinte frase: “redução do rebanho e aumento da produção de carne”.

Sustentabilidade é a palavra de ordem da pecuária moderna, sempre ligada à recuperação de áreas degradadas, cuidados com o meio ambiente e com o trabalhador.

Numa frase, o articulista nos relembra a pecuária do século passado: “o gado que pasta nessas áreas necessita constantemente de mineralização complementar... Nestas andanças, come mais, defeca mais e apresenta menor digestibilidade e metabolização dos alimentos consumidos; e rumina menos, pois perde muito tempo à procura de alimentos e água, para melhor digestão” (sic).

Isso nos traz à lembrança o cinema preto e branco e mudo, com as comédias do Gordo e Magro ou a bengala do Charles Chaplin. Onde estão os confinamentos de 100 mil cabeças comuns hoje no Brasil? De onde surgem mais de sete bilhões de dólares de exportações de carne bovina que contribuem para o equilíbrio de nossa balança comercial?

É preciso reconhecer que o trabalho do pecuarista brasileiro, dos frigoríficos, das instituições de pesquisa e da universidade vem contribuindo para alterar o modelo de produção agrícola que predomina hoje em dia e que, no dizer do articulista, não é adequado para os desafios da segurança alimentar do século 21.
Felizmente estamos fazendo alguma coisa.

Fonte: Carlos Viacava, Criador de Nelore Mocho e agricultor. Foi Diretor da Cacex, Secretário Geral do Ministério da Fazenda e presidente da ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil).

Nenhum comentário: