quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Semana Mundial da Alimentação realiza fórum em São Paulo


A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, celebra entre os dias 10 e 17 de outubro a Semana Mundial da Alimentação. Para marcar a data no Brasil, FAO, ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal), ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) e EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) realizaram o Fórum Inovação, Agricultura e Alimentos para o Futuro Sustentável. Este ano as entidades realizadoras do evento apresentaram o tema DESAFIO 2050 durante encontro na capital paulista.

O tema DESAFIO 2050 apresentado pelo fórum nesta quinta edição reflete a questão global colocada pela FAO-ONU em 2009: precisaremos alimentar um planeta com 9 bilhões de habitantes em 2050. Usando ciência e inovação, espera-se que o Brasil responda por 40% do crescimento na produção mundial de alimentos. Como podemos trabalhar juntos para vencer este desafio, em quantidade e qualidade? Conseguiremos aumentar a produtividade e manter preservadas mais de 60% das nossas florestas nativas, como fazemos hoje? Foram os temas abordados pelas lideranças da cadeia produtiva do agronegócio, de alimentos e de setores importantes da sociedade.

Na abertura o representante da ONU no Brasil Alan Bojanic apresentou problemas como os altos custos de energia e desperdícios de alimentos no mundo (hoje 1/3 dos alimentos produzidos se perdem) e apontou o Brasil como uma das principais nações do planeta que conseguiram apresentar um modelo bem sucedido do agronegócio, principalmente quando se fala em aumento de produtividade em menores áreas. Bojanic explicou que o país apresenta tecnologias e soluções inovadoras, abundancia de água doce, mas ainda esbarra em problemas de políticas públicas e  apontou a infraestrutura como um dos gargalos do país.  

Maurício Lopes, presidente da Embrapa lembrou que se nos anos 60 o Brasil era conhecido como exportador de café e açúcar e importava alimentos básicos, após a crise do petróleo na década de 70 o cenário começou a mudar a trajetória, e o país passou de uma situação de dependência para a segurança alimentar e ainda se tornou um dos grandes fornecedores de alimentos para o globo,o que é um "feito inédito no mundo". O presidente da Embrapa acredita que o Brasil construiu com a revolução na agricultura tropical, mas não esqueceu de abordar os desafios como o clima, responsável por boa parte da volatilidade de preços nos mercados globais onde são negociados as commodities agrícolas.

Segundo a FAO o Brasil já é um dos principais celeiros do mundo. Para se ter uma ideia da grandeza do país, segundo dados apresentados, hoje temos 15% das florestas do mundo em território nacional e 12 % das reservas globais de água. Os EUA não possuem nem 1% de florestas nativas preservadas em seu território.

O Google também apresentou soluções de infraestrutura computacional para o agronegócio mundial com ferramentas que permitem o armazenamento e processamento rápido de qualquer volume de informação gerando análises mais precisas que geram decisões mais acertadas.

No evento foram homenageados 10 heróis da Revolução Verde Brasileira: Alfredo Scheid, Alysson Paolinelli, Cacilda Borges, Edson Lobato, Eliseu Alves, Fernando Penteado, Helena Lage, Herbert Bartz e Roberto Rodrigues. São brasileiros que usando a ciência e tecnologia foram responsáveis pela evolução da agricultura nacional frente ao cenário mundial. O Brasil passou de importador de alimentos básicos na década de 70 para grande exportador global de alimentos. Hoje o agronegócio responde por 33% do PIB (Produto Interno Bruto) do país e cada um dos homenageados, com "sua contribuição auxiliou no posicionamento do país como maior produtor mundial de alimentos" afirmou o diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo Daher.

Apesar de o Brasil ter assumido nos últimos anos a posição de maior potencia global na produção de alimentos , o crescimento da produção ainda não atende as expectativas da FAO para que seja possível alimentar 9 bilhões de pessoas em 2050.  Um bom exemplo pode ser detectado na produção animal. Enquanto a produção brasileira de carne bovina cresceu 5,43% em volume, o consumo interno teve evolução de 7,27%. A diferença entre produção x consumo só não é maior porque as exportações se mantiveram estáveis.

Pesquisadores, empresas e lideranças das cadeias produtivas do agronegócio e outros setores apresentaram seus pontos de vista e compartilharam um desafio que é de todos. Os organizadores FAO, ANDEF, ABAG e Embrapa ainda contaram com o apoio da ONG Mundial The Nature Consevancy (TNC), movimento Todos pela Educação, Google e Rede Globo. 
Da Redação/ Aline Fernandes



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