terça-feira, 27 de agosto de 2013

Aumento nos custos no 1º semestre já supera o de todo ano de 2012

A alta no custo de produção da pecuária de corte  no primeiro semestre deste ano já está superior ao aumento verificado em todo ano de 2012. Na “média Brasil” (estados de GO, MG, MT, MS, PA, PR, RO, RS, SP e TO), o Custo Operacional Efetivo (COE) e o Custo Operacional Total (COT) registram incremento de 4,50% e de 4,52%, respectivamente, no primeiro semestre de 2013. 

Já de janeiro a junho de 2012, as elevações do COE e do COT foram de 2,28% e de 2,94%, respectivamente e, no acumulado do ano, de 2,85% e 4,36%. Vale lembrar, no entanto, que 2012 foi um dos anos mais estáveis em relação aos custos de produção da pecuária de corte.

Quanto à receita, nos primeiros seis meses de 2013, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo (estado de São Paulo) subiu 2,81%. É importante observar que, apesar desta variação ser inferior ao aumento dos custos, comparativamente no mesmo período do ano passado, o boi gordo acumulava queda de 8,8%.

Segundo pesquisadores do Cepea, os resultados deste ano, melhores que os verificados no primeiro semestre de 2012, refletem a oferta mais enxuta tanto de animais para reposição quanto para abate. Esse quadro, por sua vez, tem influência, dentre outros aspectos, das condições climáticas. Mais do que um balanço do primeiro semestre, os números verificados a esta altura do ano proporcionam parâmetros para as decisões de confinadores que, neste momento,decidem sobre os volumes que serão confinados até o final da entressafra.

Algumas estimativas até apontam aumento da quantidade de animais a serem engordados em confinamentos neste ano, mas operadores consultados pelo Cepea, de modo geral, mantêm a cautela sobre as perspectivas para o setor ao longo deste semestre. Além dos fatores macroeconômicos que têm se mostrado mais preocupantes, agentes também ponderam sobre os preços dos insumos, que podem ter alta significativa em função do dólar.

Se considerada a série histórica do Cepea, desde 2004, verifica-se que os custos aumentaram mais que a receita. Assim, a situação de 2013 não é diferente da observada em anos anteriores. Esse aumento dos custos no primeiro semestre de 2013, no entanto, exige acompanhamento dos pecuaristas das tendências macroeconômicas e do mercado para tomadas de decisão.


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