quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A atuação do PQNN, da ACNB, em Tangará da Serra


Após diagnosticar, em 1999, que a melhor maneira de divulgar a raça Nelore seria a criação de uma marca, a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) deu início a abates técnicos e avaliações de carcaças que, mais tarde, serviram para o desenvolvimento do Programa de Qualidade Nelore Natural (PQNN), com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O PQNN está baseado na simplicidade e praticidade, de modo que qualquer criador, recriador ou invernista possa participar, independentemente do tamanho do seu rebanho. As indústrias frigoríficas e os estabelecimentos de varejo devem ser habilitados pelo programa. Nas quatro regiões do Brasil onde foi implantado o PQNN – Bataguassu (MS), Tangará da Serra (MT), Rolim de Moura (RO) e Rio Verde (GO) – há uma planta do Marfrig e um técnico do programa pela ACNB. Em Tangará da Serra, o profissional que representa o PQNN, há dois anos, é Ricardo Marquadt Neto.

“Desenvolvo visitas técnicas orientando produtores – sócios e não sócios da ACNB – e desenvolvo palestras de demonstração de caracterização racial, questão de observação de acabamento em vivo e aparte dos animais para participar do PQNN. Além disso, acompanho e gero relatórios dos abates realizados pelos participantes do programa”, relata Marquadt. Na região em que atua, o técnico conta que os principais problemas detectados são referentes à mão de obra, “pois estamos em uma região onde a agricultura é forte e, dessa forma, temos muitas questões como rotação de pastagens x agricultura e confinamentos”, observa.

Sobre a relação entre os criadores e os frigoríficos, Marquadt admite que esta é muito complexa, “pois de um lado temos a indústria na busca da qualidade e, do outro, os pecuaristas que vendem seus animais no peso. Programas como o PQNN vêm de encontro com os anseios tanto da indústria – que obtém produtos com maior qualidade – como do produtor, que pode receber um diferencial de até 4% sobre o valor da arroba. Nesse quesito há harmonia para todos os lados”, ressalta o técnico.

A ACNB procura ajudar esta relação entre as partes. Qualidade é a palavra em questão. A Nelore do Brasil, segundo Marquadt, por meio de seus técnicos de campo, desenvolve este trabalho de orientação, demonstrando de forma prática como obter animais de qualidade dentro de um mesmo rebanho.

De acordo com o técnico da ACNB, Tangará da Serra possui um rebanho de aproximadamente 240 mil cabeças de bovinos, dos quais 80% são da raça Nelore. “O que temos de aprimorar diz respeito à padronização do gado (genética), porém, pode-se observar uma evolução muito grande nesse contexto, pois empresas de melhoramento genético e nutrição têm atuado fortemente na região, para mudar este cenário”, finaliza o zootecnista.

Ricardo Marquadt Dias, zootecnista e técnico do PQNN pela planta do Marfrig de Tangará da Serra

Matéria publicada originalmente na Revista Nelore 

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