quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Embargo da Rússia às carnes deve perdurar


A visita ao Brasil do primeiro-ministro da Rússia, Dimitri Medvedev, na semana que vem, provavelmente acompanhado pelo ministro da Agricultura daquele país, dificilmente resultará no fim do embargo imposto por Moscou às carnes procedentes de três Estados brasileiros, segundo fontes na capital russa.

No entanto, do lado russos não foi dada nenhuma indicação de que o fim do embargo possa ser anunciado. O mais provável é que a delegação russa acerte, em Brasília, uma data para o envio de uma nova missão de veterinários ao Brasil. Isso deverá acontecer até abril, e só depois uma decisão será tomada. A presença de Nikolai Fedorov, ministro da Agricultura da Rússia, na delegação, não estava inteiramente confirmada ontem.
 
Outro problema que não facilita o melhor acesso das carnes brasileiras ao mercado russo é o atraso do Brasil em enviar os documentos exigidos por Moscou sobre o caso do mal da "vaca louca" confirmado no Paraná no fim de 2012. A documentação foi pedida em encontro entre autoridades dos dois países em 16 de janeiro em Berlim e ainda não chegou a Moscou. "Os brasileiros estão brincando com fogo", disse uma fonte.
 
A posição russa, na verdade, é idêntica a da OIE: a manutenção do status brasileiro de risco mínimo para o mal é importante, mas não basta e é preciso haver garantias de que o monitoramento deve ser forte.
 
Na visita do primeiro-ministro Medvedev a Brasilia, a expectativa é que a presidente Dilma Rousseff esteja melhor preparada sobre o tema. Em sua visita a Moscou, em dezembro, Dilma chegou a perguntar a empresários porque o tema da carne era tão importante na relação bilateral. A resposta foi de que é o principal produto de exportação para os russos, junto com açúcar - que não tem problemas, enquanto as carnes são uma dor de cabeça eterna.
 
Em 2012, as exportações brasileiras de carne bovina para a Rússia aumentaram um pouco e somente os embarques de carne suína registraram leve queda em relação a 2011. Mas os volumes estao bem longe do nivel de 2008, ano em que o Brasil mais vendeu carnes para os russos.


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