quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Pecuária de MT tem área menor e produz mais



A pecuária mato-grossense deixou de desmatar 16,891 milhões de hectares entre os anos de 1.996 e 2011, área equivalente ao Estado do Acre ou às da Grécia e da Suíça juntas. Esta ‘economia’ na abertura de novas áreas é consequência do uso de tecnologia para o aumento da produtividade, isto é, atualmente há mais animais por hectare do que há 16 anos. O levantamento feito pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) aponta que a taxa de ocupação das pastagens passou de 0,72 animal por hectare em 1.996 para 1,17 em 2011.

Esta evolução no sistema de produção da proteína vermelha é resultado do investimento dos pecuaristas em tecnologia, como melhoramento de pastagem e genética, e também da conscientização dos mesmos com relação à responsabilidade socioambiental. O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, afirma que o modelo da pecuária está mudando por iniciativa própria dos pecuaristas, que estão intensificando a produção com uso de novas técnicas. “Os pecuaristas perceberam que é possível aumentar a produtividade sem precisar abrir novas áreas e decidiram fazer isso sem incentivos ou ajudas, até porque as linhas de crédito existentes não são compatíveis à cadeia da pecuária”.

Somente nos últimos quatro anos analisados, entre 2008 e 2011, o crescimento na produtividade foi de 16,38%, passando de 1,01 para 1,17 animais por hectare. Este aumento é resultado do crescimento do rebanho, que passou de cerca de 26 milhões de animais em 2008 para 29 milhões até o ano passado, alta de 12,48%, e da redução da área de pastagem, que caiu de aproximadamente 26 milhões de hectares para 24.9 milhões, queda percentual de 3,47.

De acordo com a pesquisa feita por meio da base de dados da Nasa sobreposta às imagens do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), Mato Grosso registra três ciclos dentro da pecuária com relação à pastagem. Entre os anos de 1.996 e 2005 houve a fase de crescimento, quando foram abertos 3,947 milhões de hectares para pastagem. Nos anos de 2006 a 2008 houve manutenção da área de pastagem, com pequena variação de 0,35% no período, e entre 2009 e 2011 iniciou o processo de redução de área, com a diminuição de 863.871 mil hectares.

Municípios
A Acrimat avaliou os principais municípios onde há atividade pecuária e registrou os locais em que houve maiores reduções e aumentos de área de pastagem. A cidade de Querência (a 927 km a Nordeste do Estado) registrou um declínio de 90.745 mil hectares entre 2008 e 2011, ou seja, perda de 47% do total registrado há dois anos, quando a pastagem era equivalente a 202,7 mil hectares. 

Na mesma região, São Félix do Araguaia (a 1.159 km a Nordeste) perdeu 57,8 mil hectares de pastagem, uma área pequena se comparada ao total de 654 mil hectares, porém representativa. Luciano Vacari destaca que a região do Araguaia é a que tem transferido mais áreas de pastagens para a agricultura, o que não é um problema se pensar que o rebanho continua em expansão no Estado, mas que é preciso analisar os motivos da migração dos produtores. “Se os pecuaristas estão deixando de criar gado para plantar é porque sua renda está comprometida. O fato de as commodities estarem valorizadas contribui para o processo, mas não é fator preponderante”, afirma ao comentar que a pecuária precisa de incentivos e facilidades de acesso ao crédito como ocorre na agricultura.

Outras cidades que tiveram redução registrada da área de pastagem foram Nova Mutum (30%), Nova Maringá (23%), Nova Ubiratã (25%) e Campo Novo dos Parecis (38%). 
Entre os municípios que registraram aumento de área de pastagem, Cuiabá dobrou sua área, porém a Capital tem participação relativamente pequena na produção. Sua área passou de 58 mil hectares para 126 mil, aproximadamente. Em Alto Araguaia (a 418 km a Sudeste), houve um aumento de 83 mil hectares no período avaliado.

Fonte: Acrimat






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