terça-feira, 18 de outubro de 2011

Perspectivas e desafios da produção de carne brasileira para o mercado internacional

Por: Pedro Eduardo de Felício


Introdução

Inicialmente, quero agradecer a gentileza do convite para falar sobre o posicionamento da carne brasileira no mercado internacional e, na sequência, pedir licença para tornar esse tema bem menos formal, já que o mercado muda muito rapidamente com as crises econômicas e com os surtos de doenças dos animais, que estão se tornando tão frequentes nos últimos tempos que até parecem ser o contraponto do inexorável processo de globalização da economia mundial.

Agora mesmo, os economistas falam numa desaceleração da economia global - a OECD - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OECD vê perspectivas, 2011) acaba de anunciar que está revendo para baixo suas previsões de crescimento neste ano -, e a OIE - Organização Internacional de Epizootias (2011) registra surtos de febre aftosa em Israel, China, Botswana, República Democrática da Coreia entre outros e, também, surtos de Influenza aviária e Peste suína clássica e africana em algumas regiões. Tornar menos formal este tema seria, por exemplo, substituir o título por outro menos pretencioso, por exemplo: "O que dá para fazer com o que temos hoje no setor da carne".

E o que é que temos, no Brasil, no setor da carne?

Temos o maior rebanho bovino do mundo, 185 milhões, ou 205 milhões pelo IBGE, ocupando uma área enorme de pastagem, 171 milhões de ha, que já teria transferido 4% dessa área à agricultura, entre 1989 e 2008, segundo dados do MAPA (Gasques, Bastos, Bacchi, 2009), e tende a ceder uma extensão ainda maior e muito mais rapidamente do que se pode prever no momento, porque a demanda mundial por alimentos crescerá significativamente e, atualmente, a agricultura utiliza somente 50 milhões de ha. E é preciso considerar a competição crescente com as áreas que serão destinadas a reflorestamento e produção vegetal para os biocombustíveis (Aguiar, 2011).

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